Em encontro com mandatária chilena, Michelle Bachelet, presidente afirmou que investimentos do Brasil no país vizinho são uma "verguenza"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a diversificação de investimentos, comércio e produtos entre Brasil e Chile como a grande garantia de ambas as economias contra a crise financeira. Em encontro com a presidente chilena Michelle Bachelet, nesta quinta-feira (30) na Fiesp, Lula afirmou que está na hora de o Brasil “começar a olhar para o vizinho sul-americano”.
“É uma ‘verguenza’ que um país com menos de 20 milhões de habitantes, com um PIB muito menor que o brasileiro, invista quatro dólares no nosso país, enquanto nós investimos um dólar lá”, disse Lula. “Durante muito tempo, a gente não olhou com bons olhos para nossos irmãos da América do Sul. Mas acho que está na hora, e Deus queira que essa crise tenha servido de lição para nós”, continuou.
Com uma taxa média anual de 12,4%, os investimentos chilenos no Brasil somaram US$ 8,4 bilhões desde 1990 – 17,7% do total investido em outros países. Já nas trocas comerciais, o Brasil é o quarto maior parceiro do Chile – que foi apenas o 10° parceiro nas exportações brasileiras em 2008. O fluxo comercial entre os países no primeiro semestre de 2009 já caiu quase pela metade em relação ao mesmo período do ano passado – saiu de US$ 4,2 bilhões para US$ 1,8 bilhão.
“É evidente que a crise está atingindo o comércio entre nossos países. Mas estamos trabalhando em uma força-tarefa especial para nossa estratégia bilateral”, frisou a chefe de estado chilena, Michelle Bachelet. “Vamos construir uma nova aliança Brasil-Chile, e criar uma plataforma comercial eficiente, capaz de vincular as economias da América Latina ao [oceano] Pacífico, para atingir outros mercados”.
Segundo Bachelet, a grande saída para traçar estratégias regionais e globais de comércio, com a aproximação de Atlântico e Pacífico, será o corredor bioceânico. Aproximadamente dois mil quilômetros de estrada, em pleno funcionamento até 2012, irão integrar o Porto de Santos, em São Paulo, até os portos chilenos de Arica e Iquique, zona franca de escoamento de produtos industriais, passando por território boliviano(fonte/Fiesp)
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